segunda-feira, 11 de agosto de 2008

(artes.)


Abraço uma perdição que me foi oferecida à nascença.
Um dom, uma maldição que me acompanha a cada gesto, cada inspirar.
Perco-me em tudo e em nada, a arte da decadência floresce em mim.
Tudo tem a sua arte, até mesmo saber cair.
Saber perder o controlo de tudo o que nos rodeia, e dançar enquanto tudo à nossa volta desmorona.
É a última dança, mas que seja a mais bela de todas, que seja a dança que nos retira o fôlego pela última vez. Sentir o coração a fugir-nos do peito atrás da vida que se perdeu.
Amar o negro que nos envolve a alma... e desfalecer no chão envenenado com a nossa alma gémea. É essa a arte de saber cair, a arte da decadência.
É esse o meu dom, a minha maldição. E irá continuar assim, nada conseguirá mudar esta maldição.
Espera, será "maldição" a palavra mais adequada ?
Eu cá penso que é mais uma forma de encarar a vida.